Ser perfeccionista não me levou a lugar nenhum até hoje. Muito pelo contrário. Talvez se eu não fosse perfeccionista eu já teria avançado algumas casas a mais no jogo da vida. E não estou reclamando que minha vida hoje seja ruim, não é isso. Mas se eu fosse fazer uma lista de quantas coisas eu deixei pela metade ou nem se quer tirei do papel porque eu não ia conseguir executar exatamente como eu queria, ou porque achava que não estava bom mesmo estando muito perto de onde eu queria… Bem, esse texto teria pelo menos umas 100 palavras a mais.
Desde minha adolescência, na época dos blogs, perdi a conta de quantas vezes ensaiei para abrir o meu. Quantas vezes personalizei sites que nunca foram ao ar. Quantos textos foram perdidos em algum HD. Quantas vezes eu quis pular a etapa do início, sem saber que é impossível chegar em algum lugar sem passar por ela.
Foi só no ano passado que eu consegui com muito custo fechar o olho, ignorar aquele detalhe que não estava do jeito que eu queria e clicar no botão de publicar. E o efeito catártico aconteceu: ninguém percebeu que o que eu executei não tinha sido exatamente o que eu tinha imaginado. Todo mundo gostou. Ninguém foi tão grosseiro e exigente comigo como eu mesma estava sendo.
E vejam só: em Setembro completa um ano desde que “inaugurei” a lojinha e falo sobre minhas leituras na internet, já são mais de 400 pessoas que me acompanham por lá. Talvez seja pouco comparado aos números exorbitantes da internet, mas pelo menos por hoje não vou me comparar. Apenas ver que o que estou construindo já é maior do que eu poderia imaginar. (Na verdade eu imaginava, mas não imaginava que seria capaz).
E no fim das contas a única coisa que eu tinha que ter feito era simplesmente começar.
Quando comecei a escrever esse texto, lá pelo final de Julho, ele tinha um tom mais pessimista. Eu não estava assim tão animada com meus resultados e ainda bem que precisei deixar ele descansando um pouco aqui nos rascunhos do Substack.
Enquanto meu texto descansava, a Paloma Lima, que também foi mordida pelo bichinho do perfeccionismo quando era criança, tirou um de seus projetos da gaveta e lançou o primeiro episódio de seu podcast, onde fala exatamente sobre esse mesmo assunto. E bem, ele veio na hora certinha para mim, já que foi como um incentivo, um empurrãozinho para eu deixar de adiar o que já estava adiando há meses.
Daí eu desengavetei esse texto, parei de procurar defeitos nas coisas que já estavam suficientemente boas e corri para fazer o que ainda precisava ser feito.
E preciso lembrar que nada disso teria sido possível sem as pessoas que estão aí desse lado e me incentivaram a tirar essas ideias do papel. Que me ajudaram com opiniões sempre gentis. Que compraram as primeiras ecobags. Que ajudaram a compartilhar o meu trabalho. E também, claro, a pessoa que me ajuda a não desistir aqui do outro lado da tela. Obrigada.
Não que eu esteja em posição de aconselhar alguém mas, caso você seja um/uma perfeccionista com muitos projetos na gaveta, aqui estão três coisas que foram e ainda são essenciais quando me vejo travada pelo perfeccionismo:
A gente só aprende na prática. Já perdi muito tempo imaginando todos os desdobramentos possíveis de um produto novo na lojinha ou um post do Instagram. Em nenhuma das vezes os 876 cenários imaginados aconteceu. Na maioria das vezes correu bem. E já deu errado também, mas nada grave como minha cabeça tinha imaginado. E serviu de aprendizado sobre o que pode funcionar ou não.
Feito é melhor que perfeito. Eu já achei que essa frase era apenas uma desculpa para fazer as coisas de qualquer jeito, mas hoje vejo que não é bem assim. Dê o seu melhor sempre que puder, mas esteja sempre com os pés no chão e saiba a hora de parar. Sempre que você procurar muito vai aparecer uma coisinha a mais para corrigir ou acrescentar.
Tenha alguém de confiança para te dizer quando parar. Quando essa pessoa disser que está ótimo, acredite nela.
E para mostrar na prática como está tudo bem em não começar no topo e recalcular a rota se for preciso…
Lá em Setembro de 2023 quando comecei a lojinha, depois de perder algumas horas pensando em todos os desdobramentos sobre abrir um perfil só para vender meus produtos ou abrir um perfil para vender e falar sobre livros, a segunda opção me pareceu ser a melhor ideia.
Hoje, em Setembro de 2024, passado 1 ano, 104 posts no Instagram, mais de 96 vendas feitas, 2 cursos de marketing digital em progresso, entre outras coisas… Vejo que peguei gosto pelos meus posts sobre literatura e não sei se a lojinha tem mais tanto espaço naquele Instagram. A personalidade literária precisará estar separada da personalidade artesã e vendedora (ainda que elas se complementem tanto) para que as duas possam dar certo.
Os posts sobre livros, autores e outras coisinhas continuam lá no @annieoslivros
E a partir de hoje, a divulgação dos produtos será feita no @lojinhada.anni
Anota na sua agenda! Dia 20 de Setembro, data em que a Lojinha completa exatamente 1 ano de vida, começa a pré-venda dos produtos novos.
Alguns spoilers para vocês que me acompanham por aqui:
embalagens para presente com cartão que estarão a venda na lojinha
vela aromática mais deliciosa do planeta
Também teremos modelos novos de ecobags e estampas novas.
Espero todos vocês por lá!
Parabéns Anni! adoro a lojinha, seus textos, participar das LCs com você! Não deixe o medo te paralisar, nunca. Apesar de ser o oposto (no quesito perfeccionismo, creio que já fui mais "pré-ocupada", não diria perfeccionista), e posso dizer que acho que melhora com o tempo, que muita coisa melhora com o tempo... mas aí, só o tempo mesmo...
primeiramente: parabéns, anni! parabéns pelo um ano de lojinha, ig literário e estar por aqui. mas parabéns por ter vencido todas as barreiras - do perfeccionismo a sua timidez - e nos presentear com seus posts lindos e seus produtos de excelente qualidade! adoro acompanhar vc! e siga sempre em frente. sem medo. o mantra: o feito eh melhor que o perfeito (até porque, o perfeito nem existe).